sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ler jornal

fazia tanto tempo que eu não lia um jornal com vontade(não sei direito o que ler um jornal com vontade significa), e me entristece muito ver o que está rolando no Brasil. Quanta corrupção! É quase completamente explícita.


Primeiro vem a história de quererem mudar o jeito de administrar os gastos da Copa e deixá-los secretos e fora do alcance do povo. QUE PORRA É ESSA?! Já não basta a falta de transparência no resto do governo? Eles vão tomar medidas completamente diferentes das usadas pras licitações das obras públicas(isso talvez seja redundante), vão permitir obrigatoriedade de marcas pedidas pela empresa contratada, o orçamento vai poder aumentar indefinidamente dependendo das despesas necessárias para a construção(olha aí uma ótima oportunidade pra caixa 2) e ainda vão deixar esses gastos fora da vista do povo.

A falta de transparência não pára por aí, também estão querendo aumentar indefinidamente o sigilo dos atos ultrassecretos, dos quais eu nunca tinha ouvido muito a respeito, mas pelo que me disseram é pra prevenir que outros países como Bolívia, Paraguai e Uruguai saibam(ou lembrem) como conseguimos alguns pedaços de nosso território. Juro que quando ouvi que isso era um problema me senti como se morasse nos Estados Unidos, fiquei com vergonha da história politico-territorial do Brasil. Posso estar exagerando pois não sei com exatidão como ocorreram esses fatos, mas sei que é menos bonito do que nos contaram até hoje nas escolas.

Ainda no tópico coisas ensinadas na escola, fico feliz que o ministro da educação Haddad esteja querendo sair do cargo. Foi dele que veio a ideia de fazer livros com erros de gramática e de matemática para usar no ensino fundamental(erros muito básicos e propositais como 10 menos 7 é 4 e 16 menos 6 é 8). Ele chegou a fazer R$2,7M em livros, mas felizmente o intelecto infantil(que já está decaindo sozinho) foi resgatado e os livros foram proibidos de serem liberados antes de passar por mais uma revisão. A ideia que essa mula tinha em mente era de que a gramática oral sobrepuja a escrita e que não devemos recriminar quem escreve do jeito que fala (errado) e que fazer isso era prejudicial às crianças, mas ensinar errado é ruim, não corrigir os erros.

Mas vamos a assuntos melhores: o show do Cirque Du Soleil que vai ocorrer no Parque Vila Lobos no dia 8 de outubro. Eu quero muito ir e por sorte clientes Bradesco têm acesso a ingressos antes das outras pessoas, mas fui ver os preços e eles não me parecem muito bonitos. Mas é claro que o show vale o dinheiro gasto.

Agora pra terminar gostaria de mostrar a quem se interesse uma carta que um grupo anônimo mandou pra OTAN falando sobre a falta de transparência de suas ações. Gostaria muito que pessoas com essa iniciativa agissem no Brasil também.

“Em uma recente publicação, vocês destacaram o Anonymous como ameaça ao ‘governo e ao povo’. Vocês também alegaram que sigilo é ‘um mal necessário’ e que transparência nem sempre é o caminho certo a seguir.

O Anonymous gostaria de lembrá-los que o governo e o povo são, ao contrário do que dizem os supostos fundamentos da ‘democracia’, entidades distintas com objetivos e desejos conflitantes, às vezes. A posição do Anonymous é a de que, quando há um conflito de interesses entre o governo e as pessoas, é a vontade do povo que deve prevalecer. A única ameaça que a transparência oferece aos governos é a ameaça da capacidade de os governos agirem de uma forma que as pessoas discordariam, sem ter que arcar com as consequências democráticas e a responsabilização por tal comportamento.

Seu próprio relatório cita um perfeito exemplo disso, o ataque do Anonymous à HBGary (empresa de tecnologia ligada ao governo norte-americano). Se a HBGary estava agindo em nome da segurança ou do ganho militar é irrelevante – suas ações foram ilegais e moralmente repreensíveis. O Anonymous não aceita que o governo e/ou os militares tenham o direito de estar acima da lei e de usar o falso clichê da ‘segurança nacional’ para justificar atividades ilegais e enganosas. Se o governo deve quebrar as leis, ele deve também estar disposto a aceitar as consequências democráticas disso nas urnas. Nós não aceitamos o atual status quo em que um governo pode contar uma história para o povo e outra em particular. Desonestidade e sigilo comprometem completamente o conceito de auto governo. Como as pessoas podem julgar em quem votar se elas não estiverem completamente conscientes de quais políticas os políticos estão realmente seguindo?

Quando um governo é eleito, ele se diz ‘representante’ da nação que governa. Isso significa, essencialmente, que as ações de um governo não são as ações das pessoas do governo, mas que são ações tomadas em nome de cada cidadão daquele país. É inaceitável uma situação em que as pessoas estão, em muitos casos, totalmente não cientes do que está sendo dito e feito em seu nome – por trás de portas fechadas.

Anonymous e Wikileaks são entidades distintas. As ações do Anonymous não tiveram ajuda nem foram requisitadas pelo WikiLeaks. No entanto, Anonymous e WikiLeaks compartilham um atributo comum: eles não são uma ameaça a organização alguma – a menos que tal organização esteja fazendo alguma coisa errada e tentando fugir dela.

Nós não desejamos ameaçar o jeito de viver de ninguém. Nós não desejamos ditar nada a ninguém. Nós não desejamos aterrorizar qualquer nação.

Nós apenas queremos tirar o poder investido e dá-lo de volta ao povo – que, em uma democracia, nunca deveria ter perdido isso, em primeiro lugar.

O governo faz a lei. Isso não dá a eles o direito de violá-las. Se o governo não estava fazendo nada clandestinamente ou ilegal, não haveria nada ‘embaraçoso’ sobre as revelações do WikiLeaks, nem deveria haver um escândalo vindo da HBGary. Os escândalos resultantes não foram um resultado das revelações do Anonymous ou do WikiLeaks, eles foram um resultado do conteúdo dessas revelações. E a responsabilidade pelo conteúdo deve recair somente na porta dos políticos que, como qualquer entidade corrupta, ingenuinamente acreditam que estão acima da lei e que não seriam pegos.

Muitos comentários do governo e das empresas estão sendo dedicados a “como eles podem evitar tais vazamentos no futuro”. Tais recomendações vão desde melhorar a segurança, até baixar os níveis de autorização de acesso a informações; desde de penas mais duras para os denunciantes, até a censura à imprensa.

Nossa mensagem é simples: não mintam para o povo e vocês não terão que se preocupar sobre suas mentiras serem expostas. Não façam acordos corruptos que vocês não terão que se preocupar sobre sua corrupção sendo desnudada. Não violem as regras e vocês não terão que se preocupar com os apuros que enfrentarão por causa disso.

Não tentem consertar suas duas caras escondendo uma delas. Em vez disso, tentem ter só um rosto – um honesto, aberto e democrático.

Vocês sabem que vocês não nos temem porque somos uma ameaça para a sociedade. Vocês nos temem porque nós somos uma ameaça à hierarquia estabelecida. O Anonymous vem provando nos últimos que uma hierarquia não é necessária para se atingir o progresso – talvez o que vocês realmente temam em nós seja a percepção de sua própria irrelevância em uma era em que a dependência em vocês foi superada. Seu verdadeiro terror não está em um coletivo de ativistas, mas no fato de que vocês e tudo aquilo que vocês defendem, pelas mudanças e pelo avanço da tecnologia, são, agora, necessidades excedentes.

Finalmente, não cometam o erro de desafiar o Anonymous. Não cometam o erro de acreditar que vocês podem cortar a cabeça de uma cobra decapitada. Se você corta uma cabeça da Hidra, dez outras cabeças irão crescer em seu lugar. Se você cortar um Anon, dez outros irão se juntar a nós por pura raiva de vocês atropelarem que se coloca contra vocês.

Sua única chance de enfrentar o movimento que une todos nós é aceitá-lo. Esse não é mais o seu mundo. É nosso mundo – o mundo do povo.

Somos o Anonymous.

Somos uma legião.

Não perdoamos.

Não esquecemos.

Esperem por nós…”

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